Ementa
Experiências relacionadas a brinquedos e brincadeiras da cultura popular brasileira, a partir do trabalho com diferentes linguagens artísticas, integrando o cantar, o dançar e o contar. Oportunidade de trabalho com o território do brincar na sua diversidade cultural e étnica de diferentes regiões do país.
Conteúdo online
da experiência
Objetivos
Conhecer e fruir brinquedos e brincadeiras de diferentes contextos da cultura popular brasileira e africana;
Reconhecer e valorizar brinquedos e brincadeiras como patrimônio cultural material e imaterial do Brasil;
Explorar as potencialidades de expressão no âmbito individual e coletivo com a partir do experimento de diferentes linguagens.
Professora: Laura Castro
4 a 5 dias
Identificação / Dimensões do Conhecimento
Linguagens
Componente:
Arte / Artes Integradas e Cultura Popular
Experiência Integradora
Habilidades de Arte:
Caracterizar e experimentar brinquedos e brincadeiras, danças, canções e histórias de diferentes matrizes culturais e estéticas.
Conhecer e valorizar as brincadeiras populares, nas suas diversas instâncias estéticas, como patrimônio cultural material e imaterial da cultura brasileira, favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
Dimensões do conhecimento: estesia, expressão e fruição.
Componente:
Língua Portuguesa
Habilidades de Língua portuguesa:
CAMPO DA VIDA COTIDIANA – Campo de atuação relativo à participação em situações de leitura, próprias de atividades vivenciadas cotidianamente por crianças, adolescentes, jovens e adultos, no espaço doméstico e familiar, escolar, cultural e profissional. Alguns gêneros textuais deste campo: agendas, listas, bilhetes, recados, avisos, convites, cartas, cardápios, diários, receitas, regras de jogos e brincadeiras.
Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.
Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
Reconhecer características da conversação espontânea presencial, respeitando os turnos de fala, selecionando e utilizando, durante a conversação, formas de tratamento adequadas, de acordo com a situação e a posição do interlocutor.
Atribuir significado a aspectos não linguísticos (paralinguísticos) observados na fala, como direção do olhar, riso, gestos, movimentos da cabeça (de concordância ou discordância), expressão corporal, tom de voz.
Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações, apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc).
Componente:
Educação Física
Habilidades de Educação Física:
Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.
Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem.
Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios de brincadeiras e jogos populares do contexto comunitário e regional, com base no reconhecimento das características dessas práticas.
Colaborar na proposição e na produção de alternativas para a prática, em outros momentos e espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas corporais tematizadas na escola, produzindo textos (orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na escola e na comunidade.
Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.
Planejar e utilizar estratégias para possibilitar a participação segura de todos os alunos em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de matriz indígena e africana.
Ciências da Natureza
Componente:
Geografia
Habilidades de Geografia:
Identificar semelhanças e diferenças entre jogos e brincadeiras de diferentes épocas e lugares.
Criar mapas mentais e desenhos com base em itinerários, contos literários, histórias inventadas e brincadeiras.
Sequência Didática
Momento 1:
Em roda, apresentar a sequência e os objetivos da aula e, em seguida, uma brincadeira do repertório do/da professora.
Fazer uma rodada desta brincadeira. Conversar novamente roda e discutir do valor dos brinquedos e das brincadeiras como patrimônio cultural.
Perguntar para os/as estudantes sobre as brincadeiras que eles/as gostam de brincar.
Escolher, em negociação, três brincadeiras que contemplem diversas linguagens como o cantar, o contar e o dançar.
Fazer três rodadas de brincadeira.
Solicitar que os/as estudantes perguntem a seus familiares e adultos mais velhos de brincadeiras do tempo deles.
Chamar a atenção dos/as estudantes em relação a imagem do corpo, destacando as partes do corpo que aparecem nas imagens, os enquadramentos e o ponto de vista de quem fez as imagens (de frente, de cima, de baixo etc).
Destacar também os diferentes ambientes, identificando os espaços internos (tais como escola, casa, ônibus etc.) e espaços externos nas imagens (ruas, construções, fachadas, monumentos, praças etc).
Momento 2:
Em roda, partilhar com os/as estudantes as brincadeiras pesquisadas em casa e na comunidade de cada um.
Apresentar, em seguida, brincadeiras de diferentes regiões e contextos culturais do Brasil. Sugestões (para outras, ver materiais complementares) *
Depois de apresentar as brincadeiras, escolher algumas delas e brincar.
* Derrete Manteiga (Sul):
Jeito de brincar: escolha uma das crianças para ser o/a pegador/a. Quem for pego deve derreter, ou seja, abaixar devagar como se tivesse derramando. Caso outra criança consiga tocar em quem esteja derretendo, antes de chegar ao chão, ela estará salva e pode volta r a correr. Se não for salva antes de chegar ao chão, vira o/a novo/a pegador/a.
Vídeo de referência: https://tinyurl.com/casadefarinha
* Pimenta, pipoca, pitanga e pita (Norte):
Jeito de brincar: as crianças formam uma roda e cantam a música a seguir:
Vou ensinar a letra (2X)
É de canga é caneta
É de bucha é bochecha
No samba da tiririca (aponta para alguém
que vai falar o verso abaixo)
Pimenta, pipoca, pitanga e pita
Ela/Ele já sabe a letra (2X)
Ou
Ela/Ele não sabe a letra (2X) (quando a criança erra a sequência ‘pimenta, pipoca, pitanga e pita)
Vídeo de referência: https://tinyurl.com/jeitodebrincar
* Casa de Farinha (Sudeste):
Jeito de brincar: as crianças devem formar uma roda e cantar os versos da música a seguir:
“Mandei fazer uma casa de farinha
Bem maneirinha que o vento possa levar
Ô, passa sol, passa chuva, passa vento
Só não passa o movimento
Do cirandeiro a rodar
Achei bem bonito
Meu amor brincar
Ciranda maneira
Vem cá, cirandeira
Vem cá balançar.”
Vídeo de referência: https://www.youtube.com/watch?v=semBJs5_7Wo
* Lagarta Pintada (Nordeste):
Jeito de brincar: as crianças começam em roda sentadas no chão, com as mãos ao centro. Á medida que canta, uma das crianças vai tocando as mãos de quem participa, uma por uma. No final da cantiga a última mão que for tocada deve segurar a orelha de quem está do lado. Assim, seguem cantando até que todas estejam segurando as orelhas de todos, quando cantam juntos a cantiga abaixo:
Lagarta Pintada
Quem foi que pintou
Foi uma velhinha
Que aqui passou
No tempo da era
Fazia poeira
Puxa lagarta
Na ponta da orelha
Vídeo de referência: https://tinyurl.com/napontadaorelha
* Boca de forno (Centro-oeste):
Jeito de brincar: escolhe-se uma criança para ser o/a rei/rainha. Ela/Ele é quem dará ordens para que o resto do grupo de crianças cumpra. Eis o diálogo:
O/A rei/rainha diz: “Boca de forno.”
O grupo responde: “Forno.”
O/A rei/rainha: “Tirando bolo?”
O grupo: “Bolo.”
O/A rei/rainha: “Quando eu mandar…”
O grupo: “Vou.”
O/A rei/rainha: “E se não for?”
O grupo: “Toma bolo” ou “Não ganha.”
O/a rei/rainha: “Senhor rei mandou ….
(uma ação)”
Vídeo de referência: https://tinyurl.com/bocadeforno
Momento 3:
Em roda, voltar a conversar com os/as estudantes sobre a brincadeira popular como parte da cultura de um povo, como patrimônio imaterial.
Em seguida, apresentar algumas brincadeiras vindas de diversas partes da África.
Fazer uma breve apresentação da riqueza do continente, sua diversidade cultural e nossas heranças afrodescendentes.
Escolher 3 brincadeiras desta lista: https://tinyurl.com/brincadeirasafricanas
Sugestões de brincadeiras *
* Terra-mar (Moçambique):
Uma reta é riscada no chão, pode ser com carvão, giz ou tijolo. De um lado escreve-se “terra” e do outro “mar”. No início da brincadeira todas as crianças devem ficar do lado da terra. Alguém deve conduzir a brincadeira, pode ser o/a professor/a ou um/a estudante. Quando ele/a disser “mar”, todos/as devem pular para este lado. E assim por diante, até que os/as participantes errem de lado e reste apenas um, que vencerá.
* Acompanhe meus pés (Zaire):
Escolha uma criança para ser o/a líder. O resto das crianças deve formar um círculo. O/A líder deve rodar no círculo, cantando e dançando. Em um dado momento, ele/a deve parar em frente a uma criança da roda e fazer algum tipo de dança. A criança escolhida deve copiá-lo/a. Caso consiga, será o/a novo/a líder. Se não conseguir, o/a líder deve escolher outra criança e realizar o mesmo procedimento.
* Saltando o feijão (Nigéria):
Umas das crianças ou o/a professor/a deve ser o/a balançador/a, que irá girar uma corda no chão. Os outros participantes devem, em círculo, ao seu redor, pular a corda. Se for atingida, a criança deve sair do jogo.
Momento 4:
Dividir a turma em três grupos para a construção de diferentes brinquedos em sala. Sugestões: Boneco/a de capim e espiga de milho; Sapato de lata; Peteca de Palha de Bananeira.
Modo de construir:
https://tinyurl.com/pesdelata
https://tinyurl.com/bonecoecologico
https://tinyurl.com/petecadepalha
Depois dos brinquedos construídos, brincar livremente com os brinquedos.
Recursos Didáticos
Sala ampla ou pátio para desenvolvimento das brincadeiras.
Sucatas e materiais (capim, espiga de milho, lata e palha de bananeira) para a construção dos brinquedos do momento final.
Resultados Esperados
Espera-se que os/as estudantes exercitem o livre brincar assim como sejam provocados/as a ampliar seus repertórios do contato com novas brincadeiras de diferentes contextos culturais.
Proposta de avaliação
Participação nas atividades.
Proposta de continuidade
Fica a cargo do/a professor/a continuar a pesquisa sobre as brincadeiras, mobilizando também o repertório dos adultos da escola e da família dos/as estudantes, propondo um diálogo intergeracional.
Referências básicas
FIGUEREDO, M. M. A. Brincadeira é coisa séria. Revista On-Line UNILEST-MG, vol1Jan/Jun. Coronel Fabriciano, MG (2004). Disponível em: https://tinyurl.com/brincadeiracoisaseria. Acesso em 01 fev. 2019.
TRINDADE, Azoilda Lorejo BRANDÃO, Ana Paula. (orgs) Modos de brincar: caderno de atividades, saberes e fazeres. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2010. Disponível em https://tinyurl.com/modosdebrincar. Acesso em 10 mar. 2017.
HUIZINGA. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 2001.
Materiais complementares
Mapeamentos de brincadeiras e textos de apoio:
https://territoriodobrincar.com.br
http://mapadobrincar.folha.com.br
http://www.labrimp.fe.usp.br/
https://tinyurl.com/brincadeirasafricanas
https://escolaeducacao.com.br/brincadeiras-africanas/