Ementa
Laboratório de investigação acerca da Cultura local e regional a fim de conhecer, fruir, aprofundar e analisar criticamente as práticas e produções artísticas dos povos da região, das comunidades e de diversas sociedades do entorno. Desenvolvimento de um processo artístico a partir dessa investigação.
Objetivos
Compreender experiências de criação artística como processos de ensino-aprendizagem relacionando o sujeito, a escola e o entorno social (Comunidade);
Investigar sobre a produção artística do entorno, seja ele mais local ou global em relação à cidade e região;
Distinguir as manifestações artísticas a partir da diversidade de linguagens e perceber suas interações;
Estimular a ideia de pertencimento e emancipação do sujeito;
Valorizar e ressignificar a cultura local e da região em que estão inseridos;
Mobilizar um pensamento crítico coletivo que se mostre na criação escrita dos/as estudantes.
Professora: Daniela Guimarães
8 aulas
Identificação / Dimensões do Conhecimento
Linguagens
Componente:
Arte / Dança e Patrimônio
Eixo 1: Contextos identitários, matrizes estéticas e culturaiss
Dimensões do conhecimento: estesia.
Habilidades de Arte:
Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.
Componente:
Língua Portuguesa
Habilidades de Língua Portuguesa:
Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign (esses três últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos contextos em que foram produzidos, à forma composicional e estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.
Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.
Participar de eventos (saraus, competições orais, audições, mostras, festivais, feiras culturais e literárias, rodas e clubes de leitura, cooperativas culturais, jograis, repentes, slams etc.), inclusive para socializar obras da própria autoria (poemas, contos e suas variedades, roteiros e microrroteiros, videominutos, playlists comentadas de música, etc.) e/ou interpretar obras de outros, inserindo-se nas diferentes práticas culturais de seu tempo.
Sequência Didática
Momento 1:
Na abertura dessa sequência de aulas, em roda, é importante apresentar o caminho a ser percorrido e trazer a temática que será tratada no processo: a Arte e Cultura local e regional. Trazer perguntas aos/as estudantes sobre o que conhecem culturalmente do entorno: pessoas que eles/as consideram como sabedores, manifestações culturais, festas, artistas da dança, das artes visuais, do teatro, da música…
Depois desse estímulo inicial, e com pedaços de papéis metro deixados no chão, pedir para que cada um/a escreva em um papel individualmente sobre uma das histórias contadas (escolher um artista, uma manifestação, uma dança) buscando trazer mais detalhes que possam ampliar o entendimento desse relato. Dar um tempo de execução de 10 a 15 minutos com música alta no ambiente. Evite canções com letras ou que tenham momentos de silêncio. Pode ser uma música mais instrumental, clássica, contemporânea com ruídos diversos, para que o estudante caminhe entre os papéis e se sinta impulsionado a deixar seus depoimentos escritos.
Passado esse tempo, com todos/as juntos/as, rodar por cada escrita em que o/a autor/a vai ler e também explicar um pouco mais sobre sua escolha. Fazer a rodada inteira com todos/as os/as estudantes apresentando e também escutando os relatos.
Pedir para trazerem na aula seguinte uma nova escrita sobre o mesmo tema, só que agora terão que trazer a fala de alguém da família, perguntarem o mesmo que o/a professor/a perguntou a eles/elas sobre o que conhecem da Cultura e Arte, locais e regionais, que queiram registrar.
Momento 2:
De novo com os papéis no chão, pedir que os/as estudantes escrevam as histórias trazidas de casa, e que, em roda, leiam, de maneira mais rápida, o que foi pesquisado em casa.
A partir dessa gama de informações, dividir a turma em grupo de 3 a 4 estudantes. Cada grupo então terá, se for em trio, 6 histórias/manifestações diferentes (2 de cada estudante) para trabalharem juntos/as.
A partir dessa gama de ideias tratar a seguinte questão: Quais são as manifestações e/ou ações artísticas de Dança, Artes Visuais, Teatro e Música vocês trazem de suas Comunidades e região? Como vocês poderiam organizar esse material em uma apresentação criada e executada pelo grupo todo?
A partir daí, de grupo em grupo, estimular e orientar os/as estudantes a discutirem um primeiro esboço dessa criação advinda dos materiais (pessoal e familiar) por eles/as levantado.
Momento 3:
Os/As estudantes seguem por duas ou três aulas nessa pesquisa de criação da montagem dos grupos com interação de linguagens. Junto ao trabalho deles, o/a professor/a pode trazer a cada aula maiores informações, outras referências (se possível através do uso da pesquisa na internet com os/as estudantes em sala de aula) através de imagens, textos, e outras pesquisas que possam ajudar os/as estudantes a aprofundarem nas suas temáticas do entorno. (Por exemplo: se o/a aluno/a trouxe a “Folia de Reis”, o/a professor/a traz novas informações quanto ao local/ locais em que acontece, o modo de vestir, as músicas cantadas, o tipo de formação dessa manifestação, etc..) O importante também é ajudar o grupo a cruzar suas informações e estimulá-los numa criação em que cada descoberta auxilia a outra numa ideia de complementariedade de ideias, de busca por informações relevantes e do desenvolvimento de criticidade.
Momento 4:
Organizar os grupos para Mostra ainda interna. A cada apresentação, de cada grupo, o/a professor/a deve mediar uma conversa entre o grupo de estudantes que apresenta e o grupo que assiste.
Ao final, discutir sobre os ajustes finais.
Momento 5:
Desenvolver uma Mostra Externa. Definição de local, necessidades, data, horário. Nesse dia, manter o trabalho dos grupos para que possam elaborar uma sinopse do trabalho criado. O/A professor/a deve explicar o que é uma sinopse, quais informações deve conter e ajustar a escrita e a confecção de uma ficha de sinopse para ser lida antes de cada apresentação na Mostra.
Momento 6:
Nesse dia, além da intensificação dos ensaios, o/a professor/a deve abrir para que um/a ou dois/duas estudantes sejam redatores/as do texto de Introdução da Mostra a partir de uma criação coletiva do texto mediada por ele/a. Ou seja, todos/as sentados/as em roda e com o/a professor/a mediando vão relembrando o percurso do processo das aulas – as temáticas surgidas, as conversas e debates que aconteceram elegendo as sub-temáticas mais importantes, como os grupos foram trabalhando, o desenvolvimento das criações e seus debates –, tudo isso sendo redigido e depois revisado pelos/as estudantes que se ofereceram para essa função junto ao/a professor/a.
Momento 7:
Para a Mostra Externa, sugere-se para abertura o seguinte Roteiro: Leitura do Texto de Introdução, depois antes de cada apresentação um dos membros do grupo leia a sinopse e se apresentam depois.
Finalizadas as apresentações, abrir para um debate com o público presente, os/as estudantes que se apresentaram e o/ professor/a mediador/a.
Momento 8:
Importante essa etapa para que juntos/as possam avaliar o processo inteiro: desde a proposta do/a professor/a para a sequência de aulas até o momento das Apresentações e Debate. Depois, comemorar!!!
Recursos Didáticos
Projetor e internet para a pesquisa de vídeos, fotos e matérias sobre a produção local; aparelho de som, papéis, canetas e espaço amplo para aulas e ensaios.
Resultados Esperados
Espera-se que os/as estudantes descubram, valorizem, divulguem e ressignifiquem a cultura local através da compreensão dos estudos de arte e das criações artísticas experimentadas.
Proposta de avaliação
Participação nas atividades e rodas de conversas.
Proposta de continuidade
Organização de outras criações a partir das temáticas que surgiram da chuva de ideias inicial (braistorm), formulando outras interações artísticas. Desenvolvimento de vídeo-documentários sobre os/as artistas e as manifestações encontradas, que podem ser exibidos do na escola e em outros espaços do entorno.
Referências básicas
CONRADO. Amélia Vitória de Souza. Danças Afro-brasileiras: diálogo, pensamento e arte educação na contemporaneidade. IN: Soulages, François[et.al.]. O Sensível Contemporâneo. Salvador: EDUFBA, 2010. (p. 121-133)
FREITAS, Vanilto (Vanilton Lakka). MONO-BLOCOS: SUGESTÕES PARA UMA CIDADE HABITAR UM CORPO In: Anais do V Congresso Nacional de Pesquisadores em Dança ANDA Comitê Interfaces da Dança e Estados do Corpo. ISNN 2238-1112 http://www.portalanda.org.br/anais-edicoes-visualizar/366
LOUPPE, Laurence. Corpos Híbridos. In: Lições de Dança 2. Rio de Janeiro: UniverCidade, 2000.