Ementa
Experienciar o fazer teatro privilegiando um processo criativo com possibilidades de articulação interdisciplinar no qual, os estudantes refletem sobre todo conteúdo compartilhado em sala de aula, na busca de uma síntese criativa. O/A estudante representa toda a experiência criativa, sobre seu ponto de vista. A sala compartilha as diversas perspectivas para encontrar uma linha em comum entre todos os trabalhos.
Conteúdo online
da experiência
Objetivos
Desenvolver um processo criativo cênico de forma autoral, coletiva e colaborativa a partir das composições de narrativas poéticas-identitárias.
Professora: Débora Landim
10 aulas
Identificação / Dimensões do Conhecimento
Linguagens
Componente:
Arte / Teatro e Patrimônio
Eixo 3: Processos de criação e fruição
Dimensões do conhecimento: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão.
Habilidades de Arte:
Investigar, pesquisar e criar composições dramatúrgicas e formas de espaços cênicos.
Experimentar diferentes funções teatrais.
Promover escuta e diálogo do fazer teatral e suas especificidades cênicas.
Componente:
Língua portuguesa
Habilidades de Língua portuguesa:
Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/ alterando efeitos, ordenamentos etc.
Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –dentre outros –, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.
Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.
Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.
Identificar, em texto dramático, personagem, ato, cena, fala e i ndicações cênicas e a organização do texto: enredo, conflitos, ideias principais, pontos de vista, universos de referência.
Ciências Humanas
Componente:
Geografia
Habilidades de Geografia:
Comparar modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos.
Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.
Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações demográficas e econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espaciais.
Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.
Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.
Componente:
História
Habilidades de História:
Identificar e discutir as diversidades identitárias e seus significados históricos no início do século XXI, combatendo qualquer forma de preconceito e violência.
Sequência Didática
Momento 1:
Em roda, apresentar a experiência a ser realizada nos próximos encontros, compartilhando as ações necessárias para desenvolver um processo criativo autoral, coletivo e colaborativo.
Começar com um jogo para percepção do próprio corpo. Colocar uma música ou usar os instrumentos sonoros para criar um ambiente que desperte a imaginação. Pedir para que cada estudante escolha um lugar na sala e se coloque de modo confortável (pode ser em pé, sentado, deitado). Solicitar que investiguem o próprio corpo criando formas. Por exemplo: apoiar-se somente em uma perna, ficar agachado, equilibrar-se na ponta dos pés…
Exploradas as possibilidades, pedir para que se movimentem pelo espaço explorando as formas criadas. Por exemplo: que andem de uma perna, agachados, na ponta dos pés ou dos calcanhares.
Pedir para que cada estudante selecione uma forma de se movimentar e em seguida propor uma apresentação ao grupo.
Formar um círculo e fazer o jogo do objeto imaginário, que consiste em repassar para o/a colega ao lado o objeto imaginado experimentando diferentes modos (como se o objeto fosse grande, pequeno, pontiagudo, pesado, leve, estivesse quente, frio, etc). Começar pelo/a professor/a, criando este objeto imaginário e passando a um/a estudante que repassará a outro/a até que todos tenham experimentado.
Solicitar que cada um/a escolha uma forma do corpo em interação com objeto imaginário. Por exemplo: na ponta dos pés segurando “algo” pesado.
Dividir a turma em pequenos grupos e formar fotografias / quadros reunindo os/as estudantes nas formas escolhidas. Uma vez formada a fotografia em grupo, pedir que um/a estudante saia e observe a composição sem ele/a. Repitir com os/as demais do grupo.
Distribuir papéis, lápis e canetas, para que cada um/a possa expressar o que imaginou a partir da fotografia que viu do próprio grupo.
Em roda, conversar sobre os sentimentos, as contribuições e o planejamento da experiência.
Momento 2:
Em roda, retomar a formação dos grupos do momento anterior e pedir para que conversem sobre o que cada um imaginou da fotografia.
Solicitar para que cada grupo crie uma narrativa que una os registros individuais da fotografia. Provoque a reflexão quanto a:
– O que estava acontecendo?
– Quem estava na imagem?
– Onde aconteceu?
Entregar papéis, lápis e canetas para que eles/as registrem as narrativas criadas.
Solicitar que cada grupo apresente sua narrativa registrada.
Em roda, partilhar sentimentos, contribuições e planejamento da aula- experiência.
Momento 3:
Em roda, propor uma caminhada pela sala, onde os/as estudantes possam relembrar a forma que gerou a fotografia. Estimular com perguntas: “como seria o deslocamento dessa ‘figura’ com pressa, devagar?”, “qual é seu objeto imaginário?”. Aos poucos, propor encontros entre os/as estudantes-figuras: “qual a reação ao encontrar alguém do seu grupo?” Deixar que eles/as criem a vontade, podendo inclusive experimentar pequenas falas.
Retomar a divisão dos grupos e indique a leitura da narrativa criada no momento anterior.
Pedir para cada grupo improvisar a partir das narrativas criadas anteriormente.
Depois, cada grupo apresenta o que criou.
Em roda, partilhar sentimentos, contribuições e planejamento da aula- experiência, solicitando que cada estudante traga um objeto para o momento seguinte.
Momento 4:
Em roda, iniciar com uma música ou usar os instrumentos sonoros para realizar uma sequência de alongamento corporal. Pedir que cada um/a escolha um lugar na sala e se deite. Solicitar que eles/as comecem a despertar o corpo se espreguiçando. Pedir para que façam movimentos circulares com as mãos, os pés, os braços e as pernas. Sugerir que eles/as se apoiem para levantar. De pé, indicar que eles/as girem o pescoço para a direita, depois para a esquerda; que alonguem os membros como quem quer tocar nas paredes, no teto, tudo bem grande.
Na sequência, realizar um aquecimento vocal começando com uma vibração de lábios ou língua. Emitir o som das vogais percebendo a vibração no corpo. Sugestão “a” na região da pélvis, “i” no abdômen, “o” no peito, “e” na garganta, “u” na cabeça (vide vídeo complementar ao plano de experiência).
Relembrar as improvisações feitas em grupo no momento anterior e inserir os objetos que cada um trouxe.
Fazer uma rodada de apresentações para que todos/as assistam.
Propor que as narrativas sejam agrupadas num único roteiro, criando uma sequência das improvisações, definindo o que seria o início, o que vem depois, até o que seria o final. Esse roteiro deve ser registrado pelo/a professor/a ou por um/a estudante.
Em roda, conversar sobre sentimentos, contribuições e planejamento da aula- experiência
Momento 5:
Em roda, fazer uma leitura do registro do roteiro único.
Propor ao grupo a improvisação da sequência do roteiro criando as transições de uma improvisação para outra, articulando a passagem da primeira improvisação para a segunda e assim até o final. É possível que as improvisações se misturem e que um/a estudante-personagem apareça em outra sequência.
Em roda, partilhar sentimentos e contribuições. Planejar o próximo momento.
Momento 6:
Em roda, escolher junto aos/as estudantes um espaço aberto ou fechado da escola, desde que não seja a sala de aula.
Começar fazendo um reconhecimento do novo espaço. Pedir para que os/as estudantes andem observando o que existe nesse lugar.
Realizar uma passagem do roteiro no novo espaço. Deixar que os/as estudantes escolham o lugar onde desejam apresentar neste novo espaço.
Provocar os/as estudantes a pensarem quais objetos podem ajudar a compor o cenário do roteiro criado e pedir para que eles/as tragam no próximo momento (podendo ser de casa ou da própria escola).
Em roda, partilhar sentimentos e impressões da aula-experiência.
Momento 7 :
Em círculo, solicitar que cada um/a apresente o objeto que trouxe para compor o cenário e arrume no novo espaço.
Propor então que façam o roteiro cênico experimentando os objetos do cenário.
Momento 8:
Reservar no mínimo 02 encontros para o ensaio do roteiro cênico, sempre no novo espaço.
Momento 9 :
Apresentar ao público da escola.
Em roda, partilhar sentimentos, vivências e conclusão da aula-experiência.
Recursos Didáticos
Sala, instrumentos sonoros, adereços, objetos para criação de ambiências e atmosferas de cenas.
Resultados Esperados
Criação e apresentação de uma obra criada coletiva e colaborativamente. Desenvolvimento de práticas artístico-educativas emancipatórias.
Proposta de avaliação
Processual, tendo como referência para a análise qualitativa a participação, a criação em grupo e/ou individual de improvisações para o roteiro.
Proposta de continuidade
Apresentações em outras escolas e espaços culturais do bairro e da cidade.
Referências básicas
BONFITTO, Matteo. O ator compositor. São Paulo: Perspectiva, 2006.
STANILAVSKI, Constantin. A preparação do ator. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
Materiais Complementares
Livro Encenação em Jogo: experimento de aprendizagem e criação do teatro, Marcos Bulhões Martins: são Paulo, Hucitec, 2004.