

Ementa
Laboratório de criação fílmica focada na relação entre referenciais audiovisuais de dança (tradicional e contemporânea) e criação coreográfica tendo como parâmetros de observação e ação corporal os fatores de movimento: tempo, peso, fluência e espaço.
Conteúdo online
da experiência

Objetivos
Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes;
Mobilizar recursos tecnológicos como forma de pesquisa e criação artística, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso de novas tecnologias de informação e comunicação, cinema e o audiovisual;
Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades;
Investigar relações e ressignificações entre referenciais diversos de danças (danças indígenas, afro-diaspóricas, clássicas, modernas, contemporâneas, tradicionais etc.) e articula-las aos fatores de movimento;
Discutir a interação das linguagens da dança e do audiovisual.
Professora: Daniela Guimarães

9 a 12 aulas

Identificação / Dimensões do Conhecimento
Linguagens
Componente:
Arte / Dança e Audiovisual
Eixo 2: elementos da linguagem e materialidades
Dimensões do conhecimento: expressão.
Habilidades de Arte:
Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criticamente, o desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.
Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que, combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.
Componente:
Língua Portuguesa
Habilidades de Língua Portuguesa:
Elaborar roteiros para a produção de vídeos variados (vlog, videoclipe, videominuto, documentário etc.), apresentações teatrais, narrativas multimídia e transmídia, podcasts, playlists comentadas etc., para ampliar as possibilidades de produção de sentidos e engajar-se em práticas autorais e coletivas.
Utilizar softwares de edição de textos, fotos, vídeos e áudio, além de ferramentas e ambientes colaborativos para criar textos e produções multissemióticas com finalidades diversas, explorando os recursos e efeitos disponíveis e apropriando-se de práticas colaborativas de escrita, de construção coletiva do conhecimento e de desenvolvimento de projetos.
Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/ problemas/questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins.
Produzir, de forma colaborativa, e socializar playlists comentadas de preferências culturais e de entretenimento, revistas culturais, fanzines, e-zines ou publicações afins que divulguem, comentem e avaliem músicas, games, séries, filmes, quadrinhos, livros, peças, exposições, espetáculos de dança etc., de forma a compartilhar gostos, identificar afinidades, fomentar comunidades etc.
Construir e/ou atualizar, de forma colaborativa, registros dinâmicos (mapas, wiki etc.) De profissões e ocupações de seu interesse (áreas de atuação, dados sobre formação, fazeres, produções, depoimentos de profissionais etc.) Que possibilitem vislumbrar trajetórias pessoais e profissionais.

Sequência Didática
Momento 1:
Apresentar a proposta de criação audiovisual em roda.
Apresentar a turma 5 ou 6 vídeos curtos de dança com diversidade de corpos, movimentações e poéticas (danças indígenas, afro-diaspóricas, clássicas, modernas, contemporâneas, tradicionais etc.). Seguem alguns exemplos nos materiais complementares.
Assistir os filmes e pedir para os/as estudantes observarem as ações corporais dos/das intérpretes.
Provocar que os/as estudantes comentem as suas impressões sobre as ações corporais nos vídeos assistidos. Registrar os comentários em uma folha de papel metro (não é preciso transcrever as falas na íntegra, apenas algumas palavras-chave que sintetizem os comentários).
Em seguida, propor a leitura coletiva e a categorização das palavras circulando-as com canetas coloridas. As categorias podem ser inspiradas nos fatores de movimento (espaço, tempo, peso e fluência) ou em outras referências que pareçam mais pertinentes. Ao final, fixar o papel metro na parede ou mural para que permaneça visível de modo a inspirar a turma com ideias de corpo e movimento.
Momento 2:
Dividir os/as estudantes em grupos de trabalho com 5 a 6 pessoas cada.
Propor que cada grupo crie o seu próprio filme de dança. Solicitar que os/as estudantes discutam sobre que tipo(s) de dança(s) irão tratar no filme, qual temática abordarão, o que querem discutir quando trazem essa temática etc. Pedir aos/as estudantes que registrem as suas ideias em uma folha de papel metro, explicando aos/as estudantes que essa etapa de construção de argumento é muito importante para o processo de criação.
Após esta atividade, ajudar os/as estudantes a definir as funções de cada integrante do grupo no processo de criação.
– quem vai dançar? Definir o/a(s) intérprete(s) da coreografia.
– quem vai filmar? Definir o/a cinegrafista.
– quem vai coreografar? Definir o/a coreógrafo/a.
– quem vai dirigir o filme? Definir o/a diretor/a.
– quem vai ser assistente para ajudar na direção, figurino, cenografia etc.? Definir o/a(s) assistente(s).
Momento 3:
Apresentar a proposta em roda.
Orientar o processo de criação do filme de dança nos grupos de trabalho:
– Para o/a coreógrafo/a e o/a(s) intérprete(s) do grupo: propor a criação de uma estrutura coreográfica considerando os diferentes corpos e diferentes formas de dançar. Como referência, abordar as possibilidades de movimento identificadas pela turma nos filmes assistidos anteriormente. Propor as seguintes reflexões: quanto tempo duram os movimentos? Em que espaços acontecem? O movimentos apresentam dinâmicas diferentes? Como os corpos lidam com seu peso, recebem o peso, se opõem ao peso ou usam do peso para fazer algo?
– Para o/a diretor/a, cinegrafista e assistentes: propor questões relacionadas à filmagem: Como gostariam de usar a câmera? Qual(is) o(s) local(is) de filmagem na Escola? De que forma o corpo poderia ser filmado? Qual o figurino seria utilizado?
Pedir aos/as estudantes que registrem suas produções na folha de papel metro.
Momento 4:
Apresentar a proposta em roda.
Orientar o processo de criação do filme de dança nos grupos de trabalho.
– Para o/a coreógrafo/a e o/a(s) intérprete(s) do grupo: ensaiar a sequência coreográfica criada e apresentar toda a turma.
– Para o/a diretor/a, cinegrafista e assistentes: assistir as apresentações e dar um retorno para o/a coreógrafo/a e o/a(s) intérprete(s).
Pedir aos/as estudantes que registrem suas produções na folha de papel metro.
Momento 5:
Apresentar a proposta em roda.
Orientar o processo de criação do filme de dança nos grupos de trabalho. Propor aos/s estudantes que reflitam sobre as seguintes questões: Como filmar essa coreografia? Filmar o todo, os detalhes? A câmera move junto com o/a dançarino/a? O/A dançarinoa se aproxima da câmera ou a câmera do/a bailarino/a?
Estimular os/as estudantes em cada grupo a discutir, experimentar e testar as filmagens das coreografias e definição do como contar a história, do local a ser filmado, da câmera (aberta/fechada, perto/longe, de cima/de baixo), do tempo de cada cena, do figurino ou não a ser usado, sobre as músicas que irão usar na hora da filmagem para estimular os/as dançarinos/as e as que farão fazer parte do filme.
Este momento é dedicado à feitura de rascunhos do plano de filmagem. Em uma folha de papel metro, cada grupo deve criar uma tabela para planejar a filmagem, como no exemplo abaixo.
Inserir na tabela a quantidade de cenas que serão filmadas.
Pedir aos/as estudantes que preencham a planilha com o máximo de detalhes possível.
Solicitar ao/a assistente de direção de cada grupo que se responsabilize por estudar a planilha para organizar a filmagem.
Momento 6:
Subdividir a turma nos grupos para otimizar o tempo.
Realizar as filmagens. O/A assistente do diretor/a é responsável pela organização de cada grupo, com apoio do/a professor/a.
Retornando a sala, fazer uma breve roda de compartilhamento da experiência.
Momento 7:
Apresentar proposta em roda.
Identificar na turma se existem estudantes que utilizem aplicativos de edição de vídeo no celular (filmorago, vlu, imovie entre outros). Neste caso, os/as estudantes podem auxiliar os grupos a utilizarem os aplicativos.
Apresentar os aplicativos e ensinar como utilizar os principais recursos para montagem/edição do filme e inserção de trilha sonora, título e créditos finais.
Dividir a turma nos afazeres gerais da função de edição: escolher a trilha sonora, editar as imagem, elaborar a ficha técnica e definir o título da obra.
Momento 8:
Planejar coletivamente a mostra de filmes: data, local e horário.
Momento 9:
Realizar a mostra dos filmes de dança para escola e comunidade externa seguida de discussão.

Recursos Didáticos
Dispositivo móvel (telefone celular ou máquinas fotográficas) para cada grupo de 5 a 6 estudantes, com aplicativo de edição de vídeo (imovie, filmorago, vlu, entre outros), rojetor e caixa de som, papel metro e canetas coloridas.

Resultados Esperados
Espera-se que os/as estudantes sejam capazes de fazer escolhas e criar coletivamente um vídeo; de discutir sobre diversidade de leituras, cooperação, autonomia, autoria compartilhada e as habilidades propostas na sequência didática, assim como o fazer artístico e seu exercício mobiliza ações na vida social.

Proposta de avaliação
Participação nas atividades e rodas de conversas.

Proposta de continuidade
O material criado pode ser exibido em espaços fora da escola, postado na internet e até mesmo inscrito em festivais e mostras de filmes no Brasil.
Referências básicas
ROSENBERG, Douglas. Observações sobre dança para a câmera e um manifesto. In: CALDAS, Paulo (org.). Dança em foco: ensaios contemporâneos de videodança. Rio de janeiro: Aeroplano, 2012.
BERTAZZO, Ivaldo. Elevadas aspirações. In: Gesto Orientado. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2014.
GUIMARÃES, d. B. Algumas afinidades entre o vídeo e a improvisação cênica. Revista Eletrônica Mapa D2 Dança (e performance) digital, 2015.
Materiais Complementares
Sobre Danças Africanas e suas diásporas no Brasil – Luciane Ramos (CyberQuilombo):
https://www.youtube.com/watch?v=tP206mrqm98
Sobre Dança dos Orixás:
https://www.youtube.com/watch?v=ixeoncWFi1c
Sobre Philippe Decouflé Abracadabra – Film Des Cadres:
https://www.youtube.com/watch?v=uQF3o13y4iw&t=46s
Sobre Impressões Em Contato – Daniela Guimarães e Marcus Diego:
https://vimeo.com/93440903
Sobre One Flat Thing, reproduced – William Forsythe:
https://www.youtube.com/watch?v=SGvfqpQZC-s
Sobre ANDA LUZ trailer 30’ – Daniela Guimarães:
https://vimeo.com/184731513
Sobre Diogo Granato, Natalia Mallo, Bruno Peixoto:
https://www.youtube.com/watch?v=W3bcNN9kJ1c
Sobre Cidades por Sérgio Raposo e Giovane Aguiar:
https://www.youtube.com/watch?v=0sjR2L8zjRU