

Ementa
Processo criativo a partir do estudo de pinturas corporais inspiradas nas comunidades africanas SURMA e MURSI utilizando o corpo dos/as estudantes como suporte para criação visual. O eixo central da proposta em concordância com a Lei 10.639/03 centralizase no lúdico, no imaginário infantil, na fruição, no contato com a sua identidade na relação com os povos originários que integram as culturas de matrizes africanas com ênfase na pintura corporal, grafismos e utilização de materiais naturais para criação artística.

Objetivos
Identificar a função das pinturas corporais na cultura africana;
Identificar os diferentes modos de construção de pinturas corporais analisando o uso de materiais, cores, elementos;
Construir pinturas corporais inspiradas na cultura de matriz africana em sala, destacando as etapas e materiais necessários;
Experimentar o uso de materiais naturais como elementos de construção visual;
Compreender as possibilidades da criação artística a partir de escolhas de materiais;
Utilizar ferramentas digitais para registro de resultados;
Articular aspectos do lúdico e do imaginário pessoal e social com o conhecimento a ser construído acerca das visualidades africanas;
Construir uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal, respeitando a própria criação e a dos/as outros/as;
Desenvolver um posicionamento e uma atuação ética, a afetividade e a responsabilidade e o comprometimento social dos/as estudantes;
Estabelecer relações entre vida e arte, de forma crítica.
Professora: Thiago Romero

2 aulas

Identificação / Dimensões do Conhecimento
Linguagens
Componente:
Arte / Artes Visuais e Patrimônio
Eixo 2: Elementos da linguagem e materialidades
Dimensões do conhecimento: criação, estesia, expressão e fruição.
Habilidades de Arte:
Incentivar ao aluno a experiência de criação de um objeto tridimensional utilizando a técnica do mosaico inspirado na poética da Casa Flor, utilizando materiais recicláveis, sucata, objetos de descarte como ferramenta de análise, pesquisa e criação artística.
Desenvolver processos de criação em artes visuais, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.
Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.
Problematizar questões políticas, sociais, econômicas científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas.
Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.
Componente:
Educação Física
Habilidades de Educação Física:
Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos.
Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde.
Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, propondo e produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário.
Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
Matemática
Componente:
Matemática
Habilidades de Matemática:
Reconhecer, nomear e comparar figuras geométricas espaciais (cubo, bloco retangular, pirâmide, cone, cilindro e esfera), relacionando-as com objetos do mundo físico.
Reconhecer, comparar e nomear figuras planas (círculo, quadrado, retângulo e triângulo), por meio de características comuns, em desenhos apresentados em diferentes disposições ou em sólidos geométricos.
Ciências Humanas
Componente:
Geografia
Habilidades de Geografia:
Identificar e elaborar diferentes formas de representação (desenhos, mapas mentais, maquetes) para representar componentes da paisagem dos lugares de vivência.
Identificar e interpretar imagens bidimensionais e tridimensionais em diferentes tipos de representação cartográfica.
Reconhecer e elaborar legendas com símbolos de diversos tipos de representações em diferentes escalas cartográficas.

Contextualização da experiência
As margens do Vale do Rio Omo representam os últimos exemplos de povos nativos da África com pouca influência da cultura ocidental. Mursi, hamer, karo ou arbore equivalem, culturalmente, a nossos ianomâmi, ticuna, caiapó ou terena.
Enquanto presenciamos um momento de avanço tecnológico, crescimento desenfreado de redes sociais, aplicativos e smartphones, as comunidades Surma e Mursi vivem em um estágio muito comparável ao Mesolítico.
Em uma prática imemorial, juntos em roda enfeitam-se, cotidianamente, com espetaculares penteados realizando também incríveis pinturas em seus corpos com pigmentos naturais extraídos de minerais e vegetais, que ademais tem uma segunda função como repelente de insetos ao misturar as tintas com cinza e urina de gado.
Esta experiência propõe aos/as estudantes interação entre materiais e seus corpos. O corpo como tela. Corpo como suporte. Corpo Visual.

Sequência Didática
Momento 1:
Antes de iniciar a aula, sugiro que o/ professor/a recolha materiais e elementos naturais para utilizar na atividades. Podem ser galhos, folhas, flores, pedras, sementes, etc.
Iniciar as atividades, em roda, apresentando a experiência através de imagens das comunidades africanas.
Apresentar aos/as estudantes a história da cultura africana, tendo como recorte a importância das pinturas corporais africanas através de imagens, vídeos.
Instigar os/as estudantes com perguntas, sobre o significado das pinturas, cores e elementos.
Apresentar os materiais e suas possibilidades de uso (tinta guache, clown make-up, pancakes, flores, frutos, folhas e tudo que foi possível recolher), despertando o desejo e a criatividade dos/as estudantes.
Dividir a turma em grupos para o desenvolvimento dos projetos.
Momento 2:
Pedir que cada grupo relembre a composição das imagens apresentadas no momento anterior.
Explorar junto aos/as estudantes as possibilidades de composição com os elementos apresentados em seus corpos.
Apresentar aos/as estudantes a história da cultura africana, tendo como recorte a importância das pinturas corporais africanas através de imagens, vídeos.
Momento 3:
Criar e desenvolver as pinturas. É importante acompanhar esses momentos dando dicas sobre conceitos, escolhas poéticas, utilização dos materiais, e técnicas a serem empregadas (cores, aplicações de elementos, linhas, pontos, efeitos). Cada grupo pode desenvolver mais de um trabalho.
Fotografar os resultados.
Momento 4:
Apresentação do material finalizado.
Estabelecer reflexão sobre processos e resultados (o/a estudante pode falar sobre a escolha e uso dos materiais, o processo de criação, a forma de construção e até mesmo se expressar como um personagem, cantando, contando uma história).

Recursos Didáticos
Projetor, víde os, slides, imagens impressas, tinta guache, pinta cara, pancake, lápis para maquiagem, caneta corporal, clown make, flores naturais, folhas, gravetos e demais elementos naturais que o/a professor/a achar interessante como possibilidade de criação.

Resultados Esperados
Espera-se que os/as estudantes vivenciem uma experiência de construção de pinturas corporais de forma articulada a uma reflexão crítica sobre aspectos culturais e processos de linguagens referentes às artes visuais, resultando na produção de imagens que fortalecendo os diálogos entre arte e vida.

Proposta de avaliação
A avaliação será processual ao longo da aplicação do conteúdo, mas também sob alguns aspectos que serão apresentados para os/as estudantes: participação em discussões sobre o assunto da aula, participação na experiência de construção da obra e interesse demonstrado nas atividades.

Proposta de continuidade
Com o conteúdo desenvolvido na atividade o/a professor/a pode propor uma exposição com as imagens produzidas na proposta.
Referências básicas
GOMBRICH, E.H. A História da Arte. Rio de Janeiro: Guanabara, 1978.
KI-ZERBO, J. História Geral da África: I. Metodologia e pré-história. São Paulo: Ática; Paris: Unesco, 1982.
PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 1994.
Materiais complementares
Sobre a beleza das Tribos Surma e Mursi, uma cultura em perigo, no sul da Etiópia: https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=29326
Sobre as Tribos do Rio Omo: https://youtu.be/c0ROz5ro15E
Viajando aos extremos: Etiópia – Vale do Rio Omo: https://www.youtube.com/watch?v=d7szvAEZO-Y
Sobre as tribos do Vale do Rio Omo: https://youtu.be/gyq97HkWTQE