

Ementa
Configurações estéticas a partir de diferentes linguagens artísticas para a criação de um produto artístico a partir da investigação da temática memória e seus entendimentos culturais, sociais, éticos, políticos versando sobre o patrimônio artístico nacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.
Conteúdo online
da experiência

Objetivos
Compreender a natureza e as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas;
Analisar e experimentar diferentes elementos da cena (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora, etc.) e espaços (convencionais e não convencionais) para a criação;
Refletir sobre a temática Memória com os/as estudantes;
Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.
Professora: Daniela Guimarães

8 a 11 aulas

Identificação / Dimensões do Conhecimento
Linguagens
Componente:
Arte / Dança
Eixo 3: Processos de criação e fruição
Dimensões do conhecimento: Criação, Crítica, Fruição.
Habilidades de Arte:
Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios.
Investigar brincadeiras, jogos, danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes estéticas e culturais como referência para a criação e a composição de danças autorais, individualmente e em grupo.
Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etc.) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.
Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos, problematizando estereótipos e preconceitos.
Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade.
Componente:
Língua Portuguesa
Habilidades de Língua Portuguesa:
Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no impresso X blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas: apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.
Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.
Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.
Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.
Ciências Humanas
Componente:
História
Habilidades de História:
Identificar diferentes formas de compreensão da noção de tempo e de periodização dos processos históricos (continuidades e rupturas).

Sequência Didática
Momento 1:
Abrir a aula em roda trazendo o conceito de história a partir de um olhar que se relaciona ao entendimento de existência de múltiplas histórias, e não de uma história única sobre as coisas. A memória como algo que se constrói, se reconstrói, se relembra e se reinventa. Mostrar que podem existir muitas histórias a partir de uma mesma memória de acontecimentos. Relacionar e ampliar o conceito de memória da cultura, dos povos e seus sujeitos, e da história. Para essa abertura, é sugerido o Vídeo abaixo: O perigo de uma única história da escritora nigeriana Chimamanda Adichie: https://www.ted.com/talks/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story/transcript?language=pt
Criar um ambiente de discussão com os/as estudantes estimulando-os/as a pensar memória a partir de um objeto da infância.
Investigar junto à eles/as quais histórias esses objetos nos contam, que relação essas histórias criam com as memórias e vice-versa. Procurar discutir com eles/as essas questões.
Pedir para que se possível tragam esse objeto para a escola na aula seguinte.
Momento 2:
Nessa aula, a proposta é que a partir do objeto trazido cada um/a possa construir uma escrita que conte uma história sobre a memória que esse objeto promove no/na estudante. Deixar que trabalhem individualmente por meia hora.
Voltar a formação em roda na seguinte dinâmica: cada um/a vai ao centro da roda, coloca seu objeto no chão, e lê sua história.
Depois da leitura de todos, abrir para comentários uns/umas sobre as histórias dos/as outros/as.
Depois de um tempo para essa troca de impressões, lançar as seguintes perguntas sobre as memórias da Infância dos/das estudantes: Como a sua história se mistura à história do seu bairro, cidade, país? Como isso acontece? Por quê isso acontece? Como o cuidado com suas histórias (as memórias dessa sua história pessoal, familiar) reverbera no cuidado em preservar as culturas, tradições e manifestações de um povo, de um lugar? Por que as histórias são esquecidas? O/A professor/a deve anotar as reflexões principais trazidas para colaborar com as proposições artísticas que serão sugeridas para as aulas seguintes.
Momento 3:
Orientar o/a estudante a trabalhar com o objeto e a história buscando elaborar uma primeira ideia de criação. Ele/a pode criar uma música que tenha a história como letra e que conte a história desse objeto; outro/a pode criar um desenho com o objeto ressignificado-o e trazendo também partes da história como partes do desenho; um/a outro/a estudante pode criar um pequeno filme usando a história em voz off e o objeto passando de mão e mão por exemplo; outros exemplos seriam a criação de uma dança ou de uma cena teatral. Cada um/a pode fazer sua escolha sempre estimulado pelo/a professor/a. O ideal aqui é que o/a professor/a não peça uma criação específica, mas deixe o/a estudante decidir e se apropriar de sua história e objeto, transformando sua memória em arte.
Estimular a experimentar diferentes elementos da cena (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora, etc.) bem como pensar sobre os distintos espaços (convencionais e não convencionais) para a criação. Sugere-se que o/a professor/a pesquise e traga referências imagéticas (vídeos, fotos, filmes) de variados formatos de criação que tratem da memória pessoal do autor/a: telas, danças, objetos, filmes, imagens, grafites, entre outros; para nortear a criação dos/as estudantes.
Resultar um esboço de estrutura de criação.
Momento 4:
Desenvolver o trabalho solo a partir do objeto e da história. Deixar que cada estudante tenha tempo para desenvolver um mini-projeto. Nele, deve constar o quê irá fazer, como irá fazer, que materiais necessitará para fazer, que informação quer trazer com sua “obra” e como ela será mostrada. Essa aula é dedicada ao desenvolvimento desse mini-projeto.
Momento 5:
Investigar e criar a partir do formato já pré-definido: um objeto ou desenho a ser exposto, uma apresentação de música, uma instalação do objeto com a música composta tocando no ambiente ou uma apresentação de dança ou teatro. Qual será o formato final e como ele será mostrado? No último encontro dessas 3 ou 4 aulas, essas definições já deverão estar alicerçadas.
Momento 6:
Definir em que lugar ou lugares da Escola acontecerão, se os solos serão apresentados simultaneamente, ou serão em série?
Definir também data e horário.
Confeccionar um convite virtual para divulgar essa Mostra nas redes sociais dos/as estudantes e do/a professor/a para que circule na Escola e Comunidade. Para essa confecção do convite virtual coletivamente, o/a professor/a poderia propor um outro dia e trabalhar com os/as estudantes criando diretamente no computador da escola, se possível, ou mesmo no celular a partir da discussão coletiva de ideias para sua confecção.
Momento 7:
Momento 8:

Recursos Didáticos
Espaço de aulas / ensaio, som, projetor (caso exista uso de Audiovisual), materiais variados para criação de cada solo, a depender do levantamento de cada criação.

Resultados Esperados
Espera-se que os/as estudantes possam criar conexões de sua narrativa pessoal com a memória cultural do Brasil e do mundo, validando a ideia de preservação e participação na história. E, que a interação entre linguagens, assim como o trabalho em grupo, exercite a autonomia, colaboração, cooperação e criticidade.

Proposta de avaliação
Participação nas atividades e rodas de conversas.

Proposta de continuidade
Apresentação dos solos em outros locais (na própria Escola ou fora dela), com formatos e roteiros diferentes (por grupos, simultaneamente, reorganizando a ordem). Realização da mesma sequência didática com outras temáticas, como: o lixo, o respeito à diversidade de gênero, entre outros.
Referências básicas
BONDÍA, Jorge Larrosa. Sobre a lição. In: Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. p. 139-146.
GUIMARÃES, D. B. Laboratório de interseções artísticas / Daniela Bemfica Guimarães. – Salvador: UFBA, Escola de Dança; Superintendência de Educação a Distância, 2018. 71 p. : il.: color.. Salvador : Daniela, 2018, v.200. p.71.
GUIMARÃES, D. B. “Improvisação Cênica: jogos de imagens entre corpo e ambiente”. IX Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade – EDUCON, 2015, na Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE.